Entulhos do Cassolismo na educação...


“São as inúmeras pessoas que por livre vontade se colocaram a serviço do cassolismo nas direções das escolas públicas e que, em troca de uma mísera portaria, assediaram moralmente professores e outros funcionários da escola, que torturaram, expulsaram, perseguiram, deduraram e conspiraram contra seus colegas de ofício dentro do sistema de “ensino” público.”


1# Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio QUATRO DE JANEIRO, o ano letivo de 2011 começou como há oito anos: com duas ex-professoras nomeadas como diretora e vice pelo governo CACA [Cassol-Cahulla] fazendo o que elas sempre fizeram: a tal por elas chamada de “semana pedagógica”. O fato não seria estranho se o governo fosse o mesmo que as nomearam. Mas não! Estamos num outro governo. O governo Confúcio Moura, o da chamada “Nova Rondônia”. Era de se esperar um começo diferente, mas não. Por enquanto, começou como sempre tem começado: do mesmo jeito. Nada mudou!

2# As teimosas e persistentes gestoras pegaram o seu velho PPP [Projeto Político Pedagógico] como mal- se - acostumaram a fazer, e puseram os itens de sempre já pré-selecionados e já por elas e seu grupelho, pré-aprovados para serem, na prática, homologados e re-“legitimados” por bem ou por mal pelo restante do corpo docente: aqueles que não fazem parte da panelinha delas e os novatos. Mas, elas gostam de simulações. Adoram um teatrinho e tem o cuidado de fazer tudo se parecer democrático. É importante para elas que a SEDUC finja que tudo foi feito como manda o figurino do MEC. Por isso. O cuidado com o cenário, o palco, o roteiro, os artistas, as falas, as orações e até as “discussões”: tudo faz parte do show pirotécnico da política de educação que fora implantada pelos “pedagogos” tecnocratas do governo Cassol-Cahulla.

3# O PPP [Projeto Político Pedagógico] dos que ainda mandam na administração dessa escola é aquele velho PPP de oitos anos atrás, de quando as madames foram [im] postas na direção da mesma pelo governo Cassol e confirmadas pelo sucessor Cahulla. Elas fizeram que as supervisoras da ocasião escrevessem o PPP baseado no modelo oficial fornecido pelo governo e depois, deram um jeitinho da comunidade escolar homologar e obedecer. Transformando-a no que jamais poderia ser: uma espécie de Bíblia: inquestionável. Desde então, se limitaram a fazer ajustes sutis e ocasionais e remendos discretos segundo as conveniências suas e da sua seleta patota de bajuladores sem jamais submetê-la a uma revisão crítica, ampla e democrática de fato. O PPP da Escola Quatro de Janeiro, desde então, se transformou num instrumento a serviço exclusivo das conveniências das diretoras e seus aliados dentro da Escola. Servindo para “legitimar” tudo o que dizem e o que dizem fazer dentro dela e em nome dela. Por exemplo, afirmam que o PPP é a manifestação concreta e fiel dos PCN [Parâmetros Curriculares Nacionais], mas, na prática, a direção dessa escola e seus aliados desenvolvem há oito anos um sistema de avaliação muito comum antes da instituição dos próprios PCN. Uma semana de provas tradicionais, onde cada dia dela ocorre uma prova bimestral de uma disciplina. Ao invés da avaliação ser contínua e cumulativa como prescrevem os PCN, o grupo que manda na escola prefere fazer tudo e de um jeito só e de uma vez só durante uma semana. E ainda tem a cara de pau de afirmar que seguem fielmente os PCN aqui citados.

4# Têm sido assim nessa escola e em outras no Estado durante a administração “Caca”. E esse é um dos entulhos que a administração Confúcio terá que remover e dar fim. Há outros tipos de lixo deixado acumulados pelo governo anterior dentro do sistema educacional que precisarão também ter o mesmo destino a médio e longo prazo se o novo governo quiser, de fato, corresponder ao que chama de “nova Rondônia”. Prá começar, o atual governo precisa destituir rapidamente essas figuras da direção da Escola Quatro de Janeiro, como destituiu a direção de outras. O governo tem que remover esses entulhos e outros que podem emperrar qualquer iniciativa de mudança ou reforma no sistema. Não pode correr o risco de um fiasco total, de perda de credibilidade dos que atuam dentro dele e que sonharam com as mudanças e da população que se servem das escolas públicas em manter os dejetos da era Cassol-Cahulla no mesmo lugar e até de promovê-los com em alguns casos sabidos.

5# Esperamos para ver o que há de novo no governo da “nova” Rondônia. Como também, esperamos termos conseguido nos livrar de uma vez por toda dos detritos, entulhos e resíduos tóxicos deixados pela gestão CACA [Cassol-Cahulla] dentro do aparelho estatal. Será que essa maldita administração terminou, findou-se e escafedeu-se de fato após a eleição do senhor Confúcio Moura para governador Estado? Olhando para a Escola Quatro de Janeiro em Porto Velho é difícil acreditar nisso. Mas, olhando para outras, é possível ter alguma esperança. O governo está apenas começando. Mesmo assim, não é bom sinal ver este governo permitir que os entulhos da gestão anterior continuem existindo e aumentando. Ele precisa dar um fim neles. Eles, que representam o que restou do antigo governo precisam desaparecer. Nesse caso, continua valendo a máxima repetida pelos evangelhos canônicos de que “se o grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo.” Mas será que o novo governador lembrou-se dessa passagem bíblica quando preferiu simbolizar o início do seu governo plantando uma muda do mogno brasileiro ao invés de jogar grãos de trigo na terra para morrer em frente do “monumento ao ego-cassolismo” em construção? Ou será que o mesmo se deu conta que isso seria inútil e os grãos de trigo morreriam na terra simbolicamente amaldiçoada pela presença do “CPA”?

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