"MESMOS OBJETIVOS, MAS VARIANDO SUAS FORMAS DE ATINGÍ-LOS".



1- O governador Confúcio Moura ao tratar sobre as mais de 30 representações de ensino espalhadas pelo Estado em seu Blog no dia 18 de fevereiro de 2010 diz: “Será que tem a concepção firmada do que desejo verdadeiramente fazer no meu governo na política de Educação ou apenas pensam num rodízio político infrutífero que mexe e mexe para ficar do mesmo jeito?” Pois é necessário que se saiba, primeiramente e “verdadeiramente” qual é esse desejo do senhor governador. Qual sua política de educação “verdadeiramente”? Senão, fica difícil aos chefes que ele nomeou selecionarem pessoas que estejam identificados com eles. Para a população, eles não estão bem claros ainda. Em se tratando da educação: piorou. Pergunte a qualquer professor o que o governo vai realizar em quatro anos: ninguém sabe dizer ainda.

2- O provável é que seus assessores conheçam, no máximo, uma versão aproximada desses desejos que perambulam soltos pela “cachola” oficial do senhor Governador e olha lá. Será que houve da parte de vossa excelência o cuidado de, pelo o menos, escolher seus secretários de acordo com esses seus desejos ou objetivos do seu governo para os quatros anos de mandato? Outra dúvida: os desejos de um governante têm poder por se só deles acontecerem? Deles se realizarem? Seus desejos são exclusivamente seus ou do grupo político que lhe ajudou a tornar-se governador? Imagine só se esses desejos forem diferentes? Mas, deixando essa questão para depois e supondo que seus desejos tenham o poder de fato de acontecer tal como se encontram em sua cachola: o senhor teve o cuidado de informar e explicá-los ao seu secretariado? Eles receberam por escrito o que o senhor quer ou apenas o senhor se limitou a dizer de boca como seus dois antecessores costumavam fazer? “Eu mando!” “Eu falo e acontece!” O “verbo” se faz carne!

3- É claro que objetivos nascem da constatação da realidade que se vive. De sua avaliação, do olhar que se projeta sobre ela. Os objetivos de um governo refletem esse olhar, essa maneira de ver a realidade e devem ser públicos, amplamente divulgados para conhecimento de todos. É preciso que a população tome conhecimento da visão que o governo tem dela própria e de suas vivências, traduzidos nos objetivos que orientarão suas ações. Até para que elas possam ser avaliadas pela população com base neles. Espera-se, portanto, que a escolha do pessoal que vai trabalhar diretamente e indiretamente com o governador também se fundamente nesses objetivos públicos do governo. E que esse pessoal faça o possível para atingir tais objetivos. Portanto, é importante que saibamos quais são esses desejos que o senhor tem governador, até para que, por exemplo, possamos avaliar a relevância ou não das representações de ensino da forma como elas têm funcionado até agora.

4- Mas, é lastimável que as coisas nunca tenham funcionado desse jeito senhor governador. As representações de ensino são espaços burocráticos cheio de professores, desviados de função, metidos a tecnocratas e algumas pessoas que nem são concursadas. Uma minoria privilegiada. Alguns, entre esses, com uma formação deficiente e outros com uma formação duvidosa colocada lá dentro apenas para mandar outros fazerem aquilo que eles não fazem. E uma maioria lotada lá por motivo até de doença para continuar sendo a ovelhinha que era dentro da escola: meros seres cumpridores de ordens. Mas nenhum deles foi colocado lá por mérito, oriundo dum concurso público feito especificamente para atender as necessidades técnicas de um órgão como esse. Como ferramenta pensante, as RENs devem ser avaliadas estruturalmente para se saber se são capazes ou não de ajudarem o governo a atingir seus objetivos para a educação. Se for preciso, que o governo reforme ou acabem com elas. O que não pode acontecer é o senhor governador ficar apenas achando ruim da existência dela.

5- Por fim, tão importantes quantos os objetivos: são os meios para atingi-los. Ao contrário desses, estes tem que serem construídos em liberdade, democraticamente, para que a criatividade flua. Isso de cima a baixo. Do governador ao mais humilde zelador dentro do funcionalismo público. O que tem que ser uniforme são os objetivos do governo eleito, não o jeito de como atingi-los. É preciso acabar com a mania, a tradição maldita e desgraçada de se impor de cima para baixo o jeito de como alguns querem que as coisas aconteçam. É fundamental que em cada área, as pessoas que foram nomeadas para chefiá-la, além de ter clareza dos objetivos, tenham a grandeza democrática, sejam democráticas, aponto de permitir que seus chefiados possam, em liberdade, agirem de forma criativa contanto que ajudem os objetivos serem alcançados. E que cada Funcionário Público seja avaliado com base nesses objetivos, do quanto se aproximou ou se distanciou deles. Não pelo fato de não fazerem seus serviços do jeito exato determinados pelos seus chefes imediatos para que dentro das escolas e demais repartições públicas não sejam apenas uma extensão do chefe, uma “mandocracia” como tem sido durante o governo CACA. Assim, tanto os objetivos quanto os meios para atingi-los poderão ser avaliados internamente e externamente, podendo sofrer, se necessário for, correções ao longo do caminho do governo eleito.

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