O DIA EM QUE A REPRESENTAÇÃO DE ENSINO DEU PRÁ TRÁS NUMA ESCOLA DO INTERIOR DE RONDÔNIA: OUTRAS REFLEXÕES.


1. Os acontecimentos tanto a do dia 17 e depois a do dia 30 de maio ocorrido na EEEFM Priscila Rodrigues Chagas, do interior de Rondônia, infelizmente é algo banal em todas as escolas públicas desse país. Porém, são dessas banalidades que a educação tem sido feita e quem pode formalmente fazer algo para mudar, não está nem aí com isso. Para a maioria dos políticos, os representantes dos donos desse país, é comum pensar como pensa a secretária de educação do Rio Grande do Norte, Betânia Ramalho, segundo afirma a professora Amanda Gurgel em seu discurso na ALE/RN: “Não vamos falar da situação precária porque isso todo mundo já sabe.

2. De novo faço minha as palavras da colega nordestina: “Como assim não vamos falar da situação precária? Gente! Nós estamos banalizando isso daí! Estamos aceitando a condição precária da Educação como uma fatalidade”. Mas, como eu ainda reluto em acreditar que as condições precárias sejam uma fatalidade, volto a refletir sobre a concessão dada pela REN e depois retirada para que o corpo docente e demais funcionários da escola exercesse um pouquinho de democracia direta e escolhessem o sucessor da gestora que estava saindo.

3. Eu no dia 17 e alguns outros presentes na reunião sabia que a concessão dada foi apenas verbal, quando devia ter sido por escrito. Mas, eu me empolguei, tive um surto de leseira temporária e não dei a devida atenção para esse fato importante. Pois, o processo ocorrido, embora tenha sido feita com a melhor das intenções segundo as professoras que dirigiram a reunião, não logrou êxito. Ele foi abortado rapidamente. A forma como foi encaminhado careceu de uma melhor articulação e condução antes e durante o evento. Primeiro, deveria ter conseguido a permissão por escrito, assinado e carimbado pelo senhor representante de ensino. Se o mesmo recusasse, alternativas diferentes poderiam ter sido escolhidas para fazer valer a vontade de todos os envolvidos. Mas, no caso dele ter dado por escrito sua permissão, ele estaria abrindo mão formalmente de uma prerrogativa legal dele para que isso acontecesse. Pois bem, se isso tivesse sido feito, o próximo passo seria garantir que todos os interessados, sem exceção, fossem devidamente e previamente informado da referida reunião, seu objetivo e da pauta que seria seguida, bem como todos os que a conduziriam. Isso daria tempo para que as articulações, acordos, conchavos que acontecem normalmente em eventos dessa natureza pudesse ter acontecido e quiçá pequenos debates também. Por que não? Mesmo o tempo sendo curto, se tivesse sido previstos e levado em consideração tudo isso, teríamos evitado o mal estar que ocorreu durante e depois da reunião do dia 17.

4. Ora bolas, nada disso aconteceu como que deveria ter acontecido conforme o que foi exposto acima. No final dela, um lagarto, um dos que não dormiram no ponto como eu e outros dormimos, vaticinou com muita segurança: isso não vai valer nada! E se mexeu muito durante o intervalo entre essa reunião e a do dia 30. Contatou quem poderia ter contatado até achar alguém que lhes desse o apoio que precisava para fazer sua profecia se cumprisse. Como aconteceu! Mesmo correndo o risco de cair em desgraça na opinião da maioria dos colegas -como caiu- que fizeram uma escolha oposta a que ele repudiou. Assim, na segunda feira dia 30 a tarde se sucedeu da Representação de Ensino ter que demonstrar a conseqüência publicamente da imprudência cometida, dando para trás e preterindo o escolhido pela maioria dos que trabalham na escola.

5. Nessa reunião, a fatalidade da precariedade das ações que levaram a reunião do dia 17 acontecer ficou muito evidente para mim. O meu olhar surpreendido e espantado com o desfecho da reunião agora protagonizada pela REN foi tamanho que chegou a ser notado. E como foi notado! O movimento brusco da minha cabeça e o olhar quase que esbugalhado em direção a que fora ungida individualmente, sem qualquer debate prévio ou sequer consulta em consideração, em respeito e prestígio aos valores ditos democráticos a todos os que na escola trabalham, foi tão grande e pesado para mim, que me fizeram reagir dessa forma carregada de ceticismo ao que estava vendo, e atônita pelo cinismo disfarçado nas palavras mansas que eu ouvia e muito chateado pela minha descabida perplexidade; como se isso não fosse “normal”, tão “banal” dentro das precárias escolas públicas desse país e em Rondônia especialmente. O aborrecimento foi tanto que nem o Rivotril que preciso tomar todas as noites funcionou dessa vez. Essa forma sebosa das pessoas fazerem o sistema funcionar me enoja e aumenta muito o meu desencanto e torpor profissional apesar de causar sensações opostas em alguns que acreditam estarem agindo assim pelo bem da maioria e dos “alunos”. É uma lástima!







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