PASSAGEIRO DA AGONIA: A EUCATUR-RO, A DESGRAÇA DE UM MONOPÓLIO EM RONDÔNIA.

 
1- Cheguei sábado dia 30 /07/2011 na Capital Porto Velho vindo de Rolim de Moura, interior de Rondônia, de manhã, lascado, moído e acabado. Nunca pensei que faria uma viagem tão horrível a preço tão caro como a que fiz pela empresa eucatur. Para mim: símbolo de desgraça de um Estado que oportuniza as melhores coisas apenas para poucos como é o caso da família Gurgaz, detentora desse privilégio até agora intocado. Como luta com unhas e dentes e muito dinheiro: conseguem desde sua fundação durante a ditadura Militar ser exclusiva na oferta do transporte interestadual.

2-Mas, sua "história" oficial nos dar uma outra versão: "Eucatur foi criada pelo empresário Assis Gurgacz em 31 de março de 1964, em Cascavel. Na década de 70, quando se falava em colonização do Norte do país, Assis Gurgacz e Nair Gurgacz, aproveitaram a oportunidade para expandir os negócios e "ajudar" no desenvolvimento desta região, e decidiram se instalar em Rondônia. A pequena Eucatur, hoje uma gigante no transporte interestadual de passageiros, foi quem deu curso a partir de 1971, a uma das maiores diásporas da humanidade de todos os tempos, trazendo migrantes do Sul do Brasil para colonizar então território federal de Rondônia".

3- Pena que só esse lado pomposo e glamoroso é o que eles permitem que sejam conhecidos. São lamentáveis as omissões, os não ditos a respeito dos aspectos do oportunismo econômico e do jogo político, por traz dessa supostas proezas que, de fato, lhes permitiram fazer fortuna as custa dos migrantes iludidos com a promessa que teria destinos semelhantes ao da própria família Gurgacz e de outras como a família Cassol. Ninguém pára para pensar que o monopólio por eles conseguido foi justamente um dos fatores principais para o enriquecimento rápido desse pessoal ao longo de sua trajetória nessa terra de poucos donos e depois, com o capital acumulado, poderem se expandir seus tentáculos para outras áreas, como na política e no ramo das telecomunicações: a SGC e o Jornal Diário da Amazônia. Únicos espaços onde deram o azar de não chegarem primeiro que os outros com os quais “disputam”. Caso contrário, estaria tudo dominado. É bom nos lembrarmos que, teoricamente, o monopólio tira o poder de escolha dos consumidores. Por isso, os Gurgacz podem aumentar suas tarifas sem nenhuma contra partida para os usuários, nenhum conforto a mais e nem sequer um pedido de desculpas pelas suas mazelas.

4- A EUCATUR, embora seja uma empresa de capital privado, não é feita somente pelos os seus proprietários. O capital embora privado não fora por eles criado, mas sim apropriados as custa do trabalho explorado por eles e das relações políticas que lhes permitiram agir assim. O heroísmo nunca foi deles, mas dos seus trabalhadores e passageiros. Não foram os Gurgacz que dirigiram os ônibus, que fizeram sua manutenção e cobravam as passagens dos clientes desde a sua invasão em Rondônia. Não foram eles que, quando a BR ainda não era asfaltada que engoliam poeira e se sujavam na lama e na graxa. Nas longas e cruéis viagens, onde os ônibus atolavam nos buracos de lama e os passageiros tinham que ajudar a tirá-lo dela empurrando-os. Nessa história toda, fizeram apenas o papel de dono do capital que era e ainda é acumulado para ele. A “EUCATUR” dos os Gurgaz depende muito ainda dos trabalhadores que exploram e dos passageiros que "assaltam" através da cara tarifa cara que cobram para manterem a fortuna que tem e patrocinarem a carreira política dos seus herdeiros neste fim de mundo. Agora, infelizmente, por causa do monopólio que tem em Rondônia, pagam mal seus funcionários, tratam muito mal os clientes que tem e prestam um péssimo serviço por que a clientela não dispõe de alternativas para viajar. Não há outra empresa que ele possa escolher. Não há livre concorrência nesse Estado de capitalismo fraudulento, fajuto.

5- No meu trajeto para a capital, o ar-condicionado quebrou. O motorista só parou porque eu, cliente, bati na porta da sua cabine chamando-o a atenção para o problema. Paramos e tivemos que perder uma hora e meia do nosso tempo até que o motorista conseguisse dar um jeitinho, quebrar o nosso galho. A falta de manutenção na frota foi percebida. Com o ar-condicionado pifado, o interior do ônibus se tornou uma sauna dos infernos. Que agonia da gota! Nem água foi oferecida, muito menos, desculpas foram pedidas. Nenhuma compensação pelo dano causado. Tudo isso tornou a viagem muito desconfortável, um horror. O chato é que, na hora de pagar a passagem, não se dar nenhum desconto, nenhum aviso e o serviço de cobrança é impecável. Enquanto existir esse monopólio e integrantes da família do dono da empresa estiver no poder dentro do Estado, os clientes e seus operários serão sua última preocupação. Que se lasquem! Que vão à merda!

[2ª VERSÃO CORRIGIDA].

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Válida a inscrição do meu blog ao serviço de Paperblog sob o pseudônimo Peixoto 1967





 



 

Comentários

Adriana Oya disse…
E infelizmente esse povo de Rondônia tao hospitaleiro e humilde tem que se refèn desses tiranos, reconheço a porta de emprego que a mim foi dada hj ainda de muita necessidade mas nem por isso posso fechar meus olhos e calar meus labios diante desse monopolio so quem esta dentro acredite sabe muito mais ..
Olha peixoto quero lhe dizer que foi um prazer te conhecer gostei muito das suas postagens tbm admiro Gondim.Bom mesmo e seguir a JESUS CRISTO que e nome sobre todos os nomes.E meditar no seu manual de sobrevivencia (A Bìblia)
Anônimo disse…
EUCATUR TRANSPORTE FEITO COM CARINHO !

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