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Mostrando postagens de setembro, 2011

A COMISSÃO DA VERDADE E A LIÇÃO DE WEIMAR

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O s signatários do Manifesto por uma Comissão da Verdade digna do nome prometem lutar "até o fim para que sejam alterados diversos dispositivos deletérios" do projeto de lei respectivo. Da forma como  está, dizem, "terá como resultado uma Comissão Nacional da Verdade enfraquecida, incapaz de revelar à sociedade os crimes da ditadura militar", uma vez que: " O texto atual do projeto estreita a margem de atuação da Comissão, dando-lhe poderes legais diminutos, fixando um pequeno número de integrantes, negando-lhe orçamento próprio; desvia o foco de sua atuação ao fixar em 42 anos o período a ser investigado (de 1946 a 1988!), extrapolando assim em duas décadas a já extensa duração da Ditadura Militar; permite que militares e integrantes de órgãos de segurança sejam designados membros da Comissão, o que é inaceitável. Além disso, o texto atual do PL 7.376/2010 impede que a Comissão investigue as responsabilidades pelas atrocidades comet

A CONQUISTA DA VERDADE

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Companheiros e amigos, um traço marcante da geração 68 era o sentimento de que a consciência das injustiças implicava a responsabilidade de lutar contra elas. Havia quem criticasse tal postura, qualificando-a de voluntarista. E existe também quem até hoje admira a disposição que tínhamos de assumir as boas causas, não medindo esforços nem riscos. Uma lição eu aprendi na vida: um homem continua forte enquanto se mantém coerente com seus valores. Então, quando tomei conhecimento do Caso Battisti, em 2007, imediatamente escrevi um artigo pedindo sua libertação. Pois a solidariedade era obrigatória para os revolucionários de minha geração -- e continua sendo-o, para mim, até hoje. Mas, um companheiro com melhor trânsito nos gabinetes palacianos me garantiu que a situação estava sob controle e eu não precisaria me preocupar. "Antes assim!", pensei, porque tinha noção clara do quanto uma luta dessas pode ser desgastante -- e já não sou jovem. Quando hou

SOU (ANTI)CANDIDATO À COMISSÃO DA VERDADE

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A loysio Nunes Ferreira Filho participou da luta armada na ALN de Carlos Marighella, foi condenado com base na Lei da Segurança Nacional, amargou o exílio e só pôde voltar com a anistia de 1979. Mesmo assim, fez coro à demagogia direitista da última campanha presidencial de José Serra, acusando Lula de haver montado "uma máquina mortífera" e repetindo chichês alarmistas como estes: "Tem o PT com seu velho radicalismo, com as velhas idéias de amordaçar a imprensa (...), outra ponta dessa engrenagem é o sindicalismo comprado (...). Temos o Incra entregue ao MST, temos o desrespeito à lei de uma política externa que corteja os ditadores mais sanguinários da face da Terra. E é contra esse sistema de poder que nós vamos eleger o Serra e o Geraldo". É cogitado para a função de relator da Comissão da Verdade . E o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já se candidatou a uma das sete vagas, assim como o ex-ministro da Casa Civil José Dirce

A LUTA PARA TORNARMOS CONHECIDA A VERDADE ESTÁ SÓ COMEÇANDO

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M ais uma vez Vladimir Safatle lança um artigo tão oportuno e necessário que só me resta endossar -- com uma única ressalva, que detalharei adiante. Até hoje, eu havia reconhecido apenas três autores como mestres do meu ofício: Paulo Francis e Roberto Campos, pela profundidade, didatismo e veemência com que expunham seus temas (embora eu discordasse de muitas posições do primeiro e de quase todas do segundo); e Alberto Dines, que foi o principal baluarte da resistência jornalística à ditadura militar. Quando eu não esperava encontrar mais textos tão poderosos nas páginas domesticadas da grande mídia, fui obrigado a tirar o boné para Safatle: ele tem sido uma honrosa exceção em meio à terra arrasada na qual a imprensa brasileira se transformou. Não por acaso, trata-se de um filósofo. Ai dos jornalistas, que se tornam cada vez mais impotentes ou complacentes!   Segue a íntegra do artigo desta 3ª feira (20) de Vladimir Safatle, Suportar a verdade , ao qual eu só acresce

Para pensar um pouquinho...Charge do Bruno

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COMANDANTE CARLOS LAMARCA (1937-1971): VENCER OU MORRER

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Hoje se completam 40 anos da morte do comandante Carlos Lamarca, que estava debilitado e indefeso quando foi covardemente executado pela repressão ditatorial no sertão baiano, em 17 de setembro de 1971, numa típica  vendetta  de gangstêres. O que há, ainda, para se dizer sobre Lamarca, o personagem brasileiro mais próximo de Che Guevara, por história de vida e pela forma como encontrou a morte? Foi, acima de tudo, um homem que não se conformou com as injustiças do seu tempo e considerou ter o dever pessoal de lutar contra elas, arriscando tudo e pagando um preço altíssimo pela opção que fez. Teve enormes acertos e também cometeu graves erros, praticamente inevitáveis numa luta travada com tamanha desigualdade de forças e em circunstâncias tão dramáticas. Mas, nunca impôs a ninguém sacrifícios que ele mesmo não fizesse. Chegava a ser comovente seu zelo com os companheiros -- via-se como responsável pelo destino de cada um dos quadros da Organização e,

Peixoto: Cálice! Uma versão especial da música do Chico Buarque na letra de um professor, “amigavelmente” censurado.

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Confúcio! Afasta de mim esse cálice Confúcio!   Afasta de mim esse cálice Confúcio!   Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Confúcio!   Afasta de mim esse cálice Confúcio!   Afasta de mim esse cálice Confúcio! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor e engolir a labuta? Mesmo calada a boca resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa? Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força, discretamente, bruta Confúcio!   Afasta de mim esse cálice Confúcio!   Afasta de mim esse cálice Confúcio! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como é difícil ficar calado Se na calada do expediente eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse cinismo todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento Na portaria ou na cozinha, prá a qualquer momento Ver emergir o monstro da lagoa

OMBUDSMAN ADMITE TENDENCIOSIDADE DA REPORTAGEM SOBRE BATTISTI

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A lvíssaras! Finalmente a Folha de S. Paulo não só admite haver cometido erros numa matéria em que assumiu postura de direita contra a esquerda, como reconhece que tais erros decorreram de se haver alinhado com a primeira, ao invés de manter isenção e equidistância nos seus espaços informativos. Acionada pela mensagem que lhe encaminhei, a ombudsman Suzana Singer ouviu os envolvidos na efetivação da entrevista de Cesare Battisti que foi publicada pela Folha no domingo passado (4): o próprio; o sindicalista Magno de Carvalho, que o estava abrigando; e o repórter João Carlos Magalhães. Ela inocentou o repórter, mas condenou "a mão pesada da edição", ou seja, a foto e a legenda estampados na capa, mais o título dado no caderno interno. Eis sua avaliação: " A reportagem está correta, mas a mão pesada da edição estragou o resultado. O corte dado à foto original amplia o entrevistado e a sua cerveja, fazendo com que a risada, ao lado do 'la dolce vita

COMPANHEIRO ALLENDE? PRESENTE! AGORA E SEMPRE!

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H á duas efemérides marcantes neste domingo, 11 de setembro. A menos relevante para nós  é aquela que a mídia colonizada trombeteia ad nauseam : o décimo aniversário de um atentado nebuloso nos EUA, com grande possibilidade de ter sido urdido ou, ao menos, consentido pelos que depois surfaram na onda da indignação provocada. Algo como uma versão atualizada do incêndio do Reichstag. O certo é que deu pretexto para o desencadeamento de uma escalada repressiva/intervencionista que fez lembrar a intolerante e paranóica década de 1950 -- aqueles anos terríveis do macartismo e da guerra fria. Os efeitos da pirotecnia atribuída a Osama Bin Laden, contudo, pouco se fizeram sentir no Brasil -- ao contrário dos de um atentado que golpeou duramente as aspirações dos povos latino-americanos, destruindo um dos mais generosos experimentos socialistas do século passado.  Deixando de lado a pauta da imprensa espiritualmente satelizada pelo Império (*) , eu quero mesmo é revere

ACERCA DO BLOG E DO QUE ESCREVO NELE

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1- Meu blog tem sido para mim um meio de expor minhas idéias, crenças e valores, bem como um meio de defender determinadas bandeiras que, para muitos até, saíram de moda. Essa necessidade surgiu não na necessidade de aparecer por aparecer, por modismo ou algum tipo de narcisismo típico dessa era digital. Defendo idéias, não importa se estão velhas e gastas. Defendo ideais de educação, política e de qualquer coisa que eu esteja afetivamente ligado. Graças a então possibilidade tecnológica de se divulgar pensamentos via internet de graça, por que não usá-las? O blog é um desses meios que temos a disposição para realizar projetos como esses supracitados. Projetos que não são apenas pessoais, sociais, representativo de um segmento da nossa sociedade. 2- Como estou sendo um funcionário público, utilizo para defender idéias que penso ser do interesse desse segmento social. Como faço parte de uma categoria profissional ligada ao ensino, à educação, faço do Blog um instrumento par

A EXPOINTER e a Agricultura Familiar: A pasteurização da utopia

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Ana Carolina Martins da Silva Profa. UERGS – Ambientalista Mestre em Comunicação Social “O sonho pelo qual eu brigo exige que eu invente em mim a coragem de lutar ao lado da coragem de amar”. Paulo Freire 1- A EXPOINTER, quem diria, começou no Parque da Redenção. Segundo dados da SEAPA (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Gov. Do RS), essa movimentação iniciou em 1901, no Campo da Redenção, hoje Parque da Redenção. Conhecida como Exposição Estadual, em 1972, com a oficialização da participação de outros países, a feira passou a chamar-se Expointer – Exposição Internacional de Animais . Atualmente em Esteio/RS, na sua 34ª edição internacional, a Feira apresenta novidades em agropecuária e agroindústria, sendo divulgada como um cartão de visitas do agronegócio do Rio Grande do Sul. 2- A palavra Agronegócio não parece ter muito a ver com a palavra família. Uma parece ligada ao mundo fora de casa, a outra, ao mundo de dentro. Entretanto, tangencia

ESCOLA PÚBLICA VIRA PICADEIRO PARA O CIRCO DO ENSINO PRIVADO DE RONDÔNIA-3ºVERSÃO

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1. Hoje, agorinha, já está chegando ao final a “palestra”-show misturado com palhaçadas dirigidas por um cara fantasiado de Sílvio Santos, assessorado por um DJ que, enquanto fazia sua performance, deixava rolar um fundo musical bem brega. Este “evento” promovido por uma instituição privada que vende a mercadoria: "cursos profissionalizantes e cursinhos preparatórios para os exames do ENEM" que atende pelo nome de Conectiva Cursos foi permitido pela atual e dinâmica gestão da E.E.E.F.M Priscila Rodrigues Chagas situada no bairro Cidade Alta na cidade de Rolim de Moura, fato que prestigia e confirma a força que o mercado privado de educação tem dentro das Escolas Públicas nesse Estado e País. Força de, ao menos, terem o privilégio de informar e fazer propaganda, gratuitamente , sem nenhum retorno para a escola supracitada e para os seus alunos acerca dos produtos "educacionais" que estão oferecendo. Como não sabem como fortalecer o Ensino Médio da p