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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

OS TOTALITÁRIOS CONTRA-ATACAM

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Por Celso Lungaretti Teremos entrado num túnel do tempo? A retórica é a mesmíssima dos tempos de Médici P rimeiramente, os presidentes dos Clubes das três Armas lançaram um pomposo Manifesto Interclubes , exigindo que a presidente Dilma Rousseff, comandante em chefe das Forças Armadas (à qual o trio deve obediência), desautorizasse duas de suas ministras. Vide aqui . Depois, convencidos pelos ministros militares a respeitarem a hierarquia, os insubmissos recuaram: colocaram uma retratação no ar e, pouco depois, deletaram tudo, dando por encerrado o assunto. Vide aqui . Agora, no site do torturador-símbolo do Brasil Carlos Alberto Brilhante Ustra (o único com  registro em carteira , já que foi declarado torturador pela 23ª Vara Cível de São Paulo...), os totalitários contra-atacam com um  alerta à Nação : "Eles que venham. Por aqui não passarão!" . Vide aqui . É a História se repetindo como farsa: soa muito mal, na boca dos herdeiros políticos do  generalíssimo  

OS CINCO CUBANOS NÃO SÃO HERÓIS MAS, SEM DÚVIDA, INJUSTIÇADOS

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Por Celso Lungaretti Linchamentos judiciais devem ser sempre combatidos, mas heroicizar agentes secretos é um exagero nocivo O companheiro Jacob Blinder, principal divulgador das políticas bolivarianas em nosso país, pede-me que "aborde o tema dos Cinco Heróis cubanos, presos injustamente nos Estados Unidos", pois, segundo ele, eu possuiria "grande penetração junto à opinião pública". A última afirmação é exagerada, claro. "Grande penetração", por enquanto, só tem quem dispõe das tribunas da grande imprensa, que estão cada vez mais fechadas para mim --tanto como profissional quanto como personagem histórico até hoje envolvido com os assuntos impactantes do noticiário. A existência do território livre da internet impede o  macartismo que não ousa dizer seu nome   de nos reduzir à invisibilidade --é o caso também do próprio Jacob, do Laerte Braga, do Rui Martins, do Carlos Lungarzo e de tantos outros articulistas de esquerda com trabalhos m

O fator Serra

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O Fator Serra (ou... a vida de um político autista)   José Serra (PSDB) em foto de   Eliária Andrade / O Globo Serra é candidato à Prefeitura de São Paulo. Mas impõe, como sempre, condições duras.  As mais importantes são a) o arco de alianças e b) controle absoluto sobre a campanha eleitoral, situação que aborreceu muitos tucanos durante as eleições presidenciais passadas. Mas Serra continua com o estilo janista de aparecer a qualquer custo, mesmo que alimentando ódio e desconfiança entre seus próprios pares. É um político autista, uma evidente contradição que não abala seu roteiro. Outro problema que cria saia justa entre tucanos (ainda que menor) é a desmoralização das prévias anunciadas pelo partido. Já se estuda até mesmo uma saída jurídica para este imbroglio, já que o prazo de inscrição para a participação nas prévias que ocorrerão dia 4 de março já se esgotou. Uma possibilidade é a participação de Serra e desistência dos outros (o que dificilmente ocorrerá nos ca

DILMA PAGA PRA VER E FAZ CLUBES MILITARES ENGOLIREM BLEFE

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Por Celso Lungaretti O episódio da notícia plantada pelas  viúvas da ditadura   n' O Estado de S. Paulo para pressionar a presidente Dilma Rousseff (ver aqui ) terminou com o  incrível exército de Brancaleone   batendo em retirada sob vara, conforme o próprio jornalão relata: " Os presidentes dos Clubes Militares foram obrigados ontem a publicar uma nota desautorizando o texto do 'manifesto interclubes' [ver íntegra aqui ] que criticava a presidente Dilma Rousseff por não censurar duas de suas ministras que defenderam a revogação da Lei da Anistia. Dilma não gostou do teor da nota por não aceitar, segundo assessores do Planalto, qualquer tipo de desaprovação às atitudes da comandante suprema das Forças Armadas. A presidente convocou o ministro Celso Amorim (Defesa) para pedir explicações. Ele se reuniu com os comandantes das três Forças, que negociaram com os presidentes dos clubes da Marinha, Exército e Aeronáutica a 'desautorização' da publicaçã

VIÚVAS DA DITADURA PLANTAM NOTÍCIA CONTRA MINISTRAS DA DILMA

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Por Celso Lungaretti D eu n' O Estado de S. Paulo que os clubes militares das três Armas emitiram nota conjunta de ridículo atroz: exigem que a presidente Dilma Rousseff venha a público desautorizar suas ministras sempre que disserem alguma verdade sobre a ditadura de 1964/85. O texto da jornalista Tânia Monteiro (vide aqui ) deixa transparecer nitidamente sua simpatia pela catilinária das viúvas da ditadura: " Em sinalização de como os militares da reserva estão digerindo a instalação da Comissão da Verdade, presidentes dos três clubes militares publicaram um manifesto censurando a presidente Dilma Rousseff e atacaram as ministras dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci, por supostas críticas dirigidas à caserna " . Sinalização do quê, cara-pálida? Desde quando os frequentadores dessas associações recreativas, entre uma e outra partida de bocha, falam em nome da maioria dos oficiais da reserva? Que eu saiba

"PUSEMOS FOGO NOS BANCOS"

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Por Celso Lungaretti O relato é do enviado especial da Folha de S. Paulo a Atenas, Rodrigo Russo: " Um membro do movimento anarquista de Atenas, que participou dos protestos de domingo, justificou os incêndios que atingiram cerca de 50 edifícios: 'Pusemos fogo nos bancos, nas grandes lojas internacionais, porque esses são os culpados da crise', disse à Folha o jovem, que não quis se identificar. 'O pacote aprovado pelo Parlamento é para salvar os bancos, e não o povo. A situação está terrível, as pessoas aqui estão se matando por não terem como pagar as contas. Até as faculdades, que antes eram gratuitas, nós teremos que pagar', criticou o estudante de economia " . É compreensível que os gregos reajam com violência à penúria que lhes está sendo imposta sem qualquer motivo aceitável --pois crise real não existe nenhuma. Se as safras tivessem sido devastadas por catástrofes, os rebanhos dizimados por pestes ou a capacidade de geração de ener

SÃO PAULO É O GRANDE FOCO DIREITISTA DO PAÍS

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Por Celso Lungaretti Redatores do  Estadão   no tempo de Olavo Bilac (mão no queixo). As idéias continuam as mesmas S egundo o Instituto Verificador de Circulação, O Estado de S. Paulo é o jornal mais vendido na capital paulista, na Grande São Paulo e no Estado como um todo, enquanto a Folha de S. Paulo só o supera no interior paulista, mas mantém a liderança nacional por circular mais nos outros estados. Tais dados são perfeitamente coerentes com a realidade política paulista e paulistana.  O  Estadão   é o veículo de uma direita ideológica que remonta à aristocracia cafeeira. Conservador por excelência, foi peça importante na conspiração para a derrubada do presidente constitucional João Goulart. Isto conflitava um pouco com o papel que o jornal desempenhou na ditadura getulista, quando esteve até sob intervenção. Então, depois de, segundo alegou, ter ajudado  a  salvar o País da ameaça comunista , passou a pregar insistentemente a devolução do poder aos civis, uma

PRIVATIZAÇÕES: O XÍS DA QUESTÃO

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Por Celso Lungaretti O s reformistas (e também alguns cidadãos que se enxergam como sendo de esquerda, mas cujo discernimento político deixa a desejar...) fizeram enorme alarde a respeito de um dossiê de denúncias eleitoreiras transformado em livro. Agora, os direitistas contra-atacam questionando a privatização de aeroportos. Então, vamos combinar: um seguidor de Marx ou Proudhon só pode considerar defensáveis as empresas estatais QUE SEJAM GERIDAS POR CONSELHOS DE TRABALHADORES E ESTEJAM PRIORIZANDO AS NECESSIDADES  E INTERESSES DO POVO . As que existem, tanto dá que estejam nas mãos do estado burguês ou de capitalistas. Ao povo é que não pertencem. E o povo não tem motivo nenhum para defender um bem que não é nem jamais foi seu. [As voltas que o mundo dá: bem no comecinho da campanha presidencial de 1989, entrevistei o Lula e lhe fiz a mesmíssima objeção acima. Ele respondeu que não pretendia deixar as estatais como estavam, mas sim colocá-las sob a direção de consel

CONHEÇAM (E BAIXEM) UMA CANÇÃO RARÍSSIMA DO VANDRÉ: "CHE"

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Por Celso Lungaretti Navegando pelo Orkut depois de muito tempo distante, encontrei uma autêntica preciosidade na comunidade Geraldo Vandré : uma canção dedicada a Che Guevara, na intepretação do Vandré e Trio Maraya. E o que é melhor: com link para baixar (clique aqui ), por cortesia da dedicada Marta Meissner. O companheiro Vitor  Nuzzi gentilmente dissipou minhas dúvidas sobre esta Che , enviando-me trechos de sua biografia ainda inédita do  Vandré: " ...na verdade, eram duas músicas, conforme lembra Lúcia, mulher de Marconi [integrante do Trio Maraya]. 'O Marconi fez ela instrumental. Quando perguntavam, ele dizia que era homenagem aos gaúchos, para não se complicar', lembra, rindo. (...) E a música de Marconi –sem sequer ter letra– foi censurada. Segundo Lúcia, Vandré sempre quis pôr letra, mas Marconi nunca aceitou. E assim nasceria um segundo Che , quando o grupo todo foi para a Europa. Tempos difíceis, pré-AI-5, clima de vigilância no ar.  Os ca

REGIME QUE PRODUZ DEZENAS DE "SUICIDADOS" É DITABRANDA?!

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Por Celso Lungaretti A Folha de S. Paulo deste domingo (5) traz longa reportagem sobre a encenação de suicídio do jornalista Vladimir Herzog, tendo como  gancho   o fotógrafo que a ditadura militar utilizou para fazer a imagem famosa (ver íntegra aqui ). A rigor, não conta nada de novo para quem acompanhou os acontecimentos ou interessou-se pelo que vem sendo noticiado desde 1975 (vide aqui , p. ex., meu resumo e análise do Caso Herzog). Mas, é uma matéria que vale a pena mostrarmos às novas gerações, dando-lhes uma noção de como a vida de um homem vale pouco, quase nada, num regime totalitário. E, claro, de como a ditadura militar era tudo, menos a  ditabranda   que o próprio jornal apregoou, num dos editoriais mais infelizes de sua história. Como se pode considerar branda uma ditadura da qual Herzog foi, cronologicamente, o 39º  suicidado ?! Só naquele ano de 1975 ocorreram outros 13 assassinatos maquilados em suicídios, afora as igualmente forjadas mortes 

DECIDIDO: BARBÁRIE NO PINHEIRINHO SERÁ DENUNCIADA À OEA E AO CNJ

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Por Celso Lungaretti E m concorrida audiência pública na Assembléia Legislativa de SP, os mais de 600 participantes decidiram denunciar as arbitrariedades, truculência e vandalismo que marcaram a desocupação do Pinheirinho ao Conselho Nacional de Justiça e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Para Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional,  tratou-se de "maiores catástrofes humanitárias de SP, superada apenas por Carandiru e pela Febem-Imigrantes". Segundo ele, as vítimas e testemunhas da bestialidade repressiva apresentaram "depoimentos estarrecedores", com destaque para a intervenção do defensor público Jairo de Souza, por sua "ênfase" e "pela gravidade das atrocidades descritas". Os deputados Carlos Giannazi (PSOL) e Adriano Diogo (PT), organizadores do ato, protestaram contra as obstruções opostas ao público pela polícia da Assembleia. Segue a íntegra do artigo de Lungarzo sobre a audiência.