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Mostrando postagens de novembro, 2013

GENOÍNO x NORAMBUENA: A EXCEÇÃO E A REGRA

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Por Celso Lungaretti Não faz sentido solidarizarmo-nos ao Genoíno... J osé Genoíno  pode , mas não  deve , ser mantido numa prisão, ainda que somente à noite. Afinal, as sentenças emanadas de juízes nunca são piores do que a morte. E, sem desmerecer as conclusões das tais juntas médicas, prefiro apostar no senso comum, que indica estar no fim a jornada do velho guerreiro.  Que passe essa quadra derradeira em paz, junto aos entes queridos. Afinal, foram bem poucos os que assumiram os riscos que ele assumiu durante a ditadura; e não havia nenhum ministro do STF dentre eles. Fez jus a ser tratado com alguma consideração, sim! José Dirceu quer ser gerente de hotel. Se a lei lhe faculta isto, por que não? Não cometeu nenhum ato brutal, que o tornasse uma ameaça para os hóspedes. E ele é que foi condenado, não a família; deverão vir em boa hora para seus dependentes os R$ 20 mil mensais que ele pode ganhar, mas não vai ter como gastar. A Justiça draconiana e retaliativa não

COMO SE CHAMARÁ A DUPLA ALCKMIN-HADDAD? AMORAIS DO SAMBA?

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Por Celso Lungaretti O que vem após as mãozinhas dadas? O noivado? O  prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, segue aplicadamente os passos do seu padrinho.  Quando foram juntos beijar a mão do Paulo Maluf na campanha eleitoral paulistana, captou o recado: ao sabor das conveniências políticas, deveria ele também abanar alegremente o rabo para os personagens mais execrados pelo PT de outrora.  Gente como Fernando Collor, José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Maluf e o finado ACM se tornaram amigos do Lula desde criancinhas. As chances de Haddad ser adiante ungido para dar continuidade ao reinado petista passam por bisar nos mínimos detalhes a postura (amoralidade inclusa!) dos monarcas anteriores. Vai daí que no último mês de junho, quando ele e o governador Geraldo  Opus Dei  Alckmin estiveram na França fazendo lobby para que a Expo 2020 escolha a capital paulista como sede, Haddad não viu mal nenhum em ir muito além daquilo a que era obrigado pelo dever de

CONSTRUÇÃO, DESCONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DE HERÓIS MISSIONÁRIOS: Um estudo de caso sobre Daniel Berg e Gunnar Vingren, missionários fundadores da Assembléia de Deus no Brasil

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Resumo: A historiografia missionária é uma construção ideológica visando o benefício, quase exclusivo, da instituição que a detém. Como elemento fundamental dessa instrumentalização a vida dos(as) missionários(as) deve ser heróica e intocável, transformando-os(as) em modelos inacessíveis e inimitáveis, mesmo sendo eles(as)  pessoas comuns, com erros e acertos. Seus (de)feitos estão  muito mais relacionados  com as demandas de suas épocas: os  acertos são superdimensionados em benefício da instituição, enquanto os  presumíveis erros, se não podem ser apagados, devem constar em suas cotas pessoais. Esta tensão público-privado invariavelmente  dificulta a análise da realidade. Introdução             A vida missionária é cheia de glórias ou apenas sofrimento? Na verdade, as duas coisas concomitantemente. Alguns, em vida, conhecem alguma glória. Outros, algum sofrimento. Existem alguns que experimentam muita glória e muito sofrimento. Um outro grupo, recebe g

DENÚNCIA: BATTISTI É TRATADO COMO SE ESTIVESSE EM PRISÃO ABERTA

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Por Celso Lungaretti O  escritor italiano Cesare Battisti desistiu de participar de uma jornada sobre liberdade de expressão na Universidade Federal de Santa Catarina, para a qual fora convidado há mais de um ano, em função de duas advertências transmitidas pelo senador Eduardo Suplicy:  a de que o assessor internacional de Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, considerava que a propaganda da palestra tinha componentes políticos e não apenas literários, e Battisti, por sua condição de refugiado, não deveria se manifestar sobre temas políticos; e a de que, se fizesse sua palestra, "estaria dificultando a obtenção de sua cédula de estrangeiro". A informação é do professor aposentado da Unicamp e biógrafo de Battisti, Carlos Lungarzo,  neste artigo aqui . O assunto foi tratado numa longa conversa telefônica entre Lungarzo e Suplicy. Indagado sobre se Battisti estaria sendo ameaçado ("se Battisti insiste em defender seu direito de expressão, o g

UM ESPECTRO RONDA A ESQUERDA PALACIANA: O BLACK BLOC

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Por Celso Lungaretti A o qualificar estridentemente os black blocs de "fascistas" (o que não são), a presidenta Dilma Rousseff tenta justificar a postura autoritária do seu governo, de estimular enrijecimentos repressivos e penais. Omite, contudo, que eles estão ocupando um espaço aberto pela domesticação da esquerda tradicional, que hoje nem sequer pronuncia mais a palavra  revolução  -tão cooptada está pelo capitalismo e tamanha é sua obsessão em se mostrar inofensiva para os inimigos de outrora, visando manter e aumentar cada vez mais suas  boquinhas  na democracia burguesa. Para quem aspira apenas a gerenciar o capitalismo pelo máximo possível de mandatos, os black blocs não passam de um empecilho, e como tal são tratados.  Chama a polícia! Para quem não abdicou dos ideais revolucionários em troca de um poder ilusório e subalterno, eles se constituem, isto sim, numa dura acusação: suas ações, algumas das quais desatinadas, são consequência de nossa incapacid